domingo, 3 de fevereiro de 2013

- INDISCIPLINA - O QUE O PROFESSOR PODE FAZER PARA TER CONTROLE PERANTE SITUAÇÕES DE INDISCIPLINA? / COMO AGIR NESSA SITUAÇÃO? DE QUE FORMA AJUDAR? ( A INDISCIPLINA ESCOLAR RESULTARIA, DO PODER DE CONTESTAÇÃO DOS ALUNOS, TENDO-SE EM VISTA OS MAIS VARIADOS OBJETIVOS, DENTRE ELES, O RITMO DA AULA E DO PROFESSOR, OS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS, BEM COMO O DISTANCIAMENTO DA ESCOLA E DA AULA ANTE A REALIDADE DO ALUNO)





Quando nos referimos a Instituição Escolar, não podemos deixar de enfocar essa questão que suscita muitas dúvidas a educadores, diretores, pais e até mesmo a alunos: a indisciplina.
- O QUE É UMA CLASSE INDISCIPLINADA?
- O QUE O PROFESSOR PODE FAZER PARA TER CONTROLE PERANTE SITUAÇÕES DE INDISCIPLINA?
A BAGUNÇA, TUMULTO, MAU COMPORTAMENTO, DESINTERESSE E DESRESPEITO ÀS FIGURAS DE AUTORIDADE .


AS PRINCIPAIS QUEIXAS DOS PROFESSORES RELATIVAMENTE À INDISCIPLINA SÃO:
- falta de limite dos alunos escola e também ao patrimônio;
- alguns professores apontam que os alunos não aprendem porque são indisciplinados em decorrência da não imposição de limites por seus familiares;
- o fracasso escolar seria então o resultado de problemas que estão fora da escola e que se manifestam dentro dela pela indisciplina;
- de acordo com esses professores, nada pode ser feito enquanto a sociedade não se modificar.
Condutas como essas são também observadas em outras instituições particulares e em escolas públicas. Podemos afirmar que no mundo atual a maioria das escolas enfrenta estas questões, que perduram há anos, sofrendo obviamente alterações históricas de acordo com as
contingências sócio-culturais.

A INDISCIPLINA TORNOU-SE UM “OBSTÁCULO” AO TRABALHO PEDAGÓGICO

Atualmente a indisciplina tornou-se um “obstáculo” ao trabalho pedagógico e os professores ficam desgastados, tentam várias alternativas, e já não sabendo o que fazer, chegam mesmo em algumas oportunidades a pedir ao aluno indisciplinado que se retire da sala já que ele atrapalha o rendimento do restante do grupo. Nesses casos, os alunos são encaminhados ao Serviço de Orientação Educacional. Muitas vezes há pressões por parte dos professores para que sejam aplicadas punições
severas a esses estudantes.
- COMO AGIR NESSA SITUAÇÃO? DE QUE FORMA AJUDAR?
O QUE É UMA CLASSE INDISCIPLINADA?
Para iniciarmos uma reflexão sobre essas questões, vamos destacar o que significa a palavra indisciplina a partir de algumas definições quanto ao termo.
Indisciplina – procedimento, ato ou dito contrário à disciplina; desobediência, desordem, rebelião. (Dicionário Aurélio).
De acordo com o sociólogo francês François Dubet (1997), “A DISCIPLINA É CONQUISTADA TODOS OS DIAS, É PRECISO SEMPRE LEMBRAR AS REGRAS DO JOGO, CADA VEZ É PRECISO REINTERESSÁ-LOS, CADA VEZ É PRECISO AMEAÇAR, CADA VEZ É PRECISO RECOMPENSAR”. ISSO NOS COLOCA DIANTE DE UM ANTÔNIMO DE INDISCIPLINA, NOS LEMBRANDO QUE O RESPEITO ÀS REGRAS DENTRO DE UMA INSTITUIÇÃO É DE FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA PARA O SEU FUNCIONAMENTO PLENO E QUE, CONSEQÜENTEMENTE, A INDISCIPLINA REPRESENTA A AMEAÇA PELA DESOBEDIÊNCIA ÀS REGRAS ESTABELECIDAS. POR ISSO DUBET RESSALTA A NECESSIDADE DOS PROFESSORES RELEMBRAREM AS REGRAS E ESTIMULAREM O SEU CUMPRIMENTO NO DECORRER DO ANO LETIVO.
Segundo o professor Júlio Groppa Aquino: ”O conceito de indisciplina, como toda criação cultural, não é estático, uniforme, nem tampouco universal. Ele se relaciona com o conjunto de valores e expectativas que variam ao longo da história, entre as diferentes culturas e numa mesma sociedade.”
Groppa ressalta que a manutenção da disciplina era uma preocupação de muitas épocas como vemos em textos de Platão e nas confissões de Santo Agostinho, de como a sua vida de professor era amargurada pela indisciplina dos jovens que perturbavam “a ordem instituída para seu próprio bem”.
Diante dessa idéia de Júlio Groppa, NÃO PODEMOS DEIXAR DE LEMBRAR DA FORMA COMO AS ESCOLAS ATÉ OS ANOS 1960, CONSEGUIAM FAZER COM QUE SEUS ALUNOS SE COMPORTASSEM. A DISCIPLINA ERA IMPOSTA DE FORMA AUTORITÁRIA, COM AMEAÇAS E CASTIGOS.
OS EDUCANDOS TEMIAM AS PUNIÇÕES E ESSE MEDO LEVAVA A OBEDIÊNCIA E A SUBORDINAÇÃO. ALÉM DE SUBMETIDOS A UMA RIGOROSA FISCALIZAÇÃO, NÃO PODIAM SE POSICIONAR UTILIZANDO-SE DE QUESTIONAMENTOS E REFLEXÕES. OS PROFESSORES ERAM CONSIDERADOS MODELOS E, EM VIRTUDE DO CONHECIMENTO QUE POSSUÍAM, AGIAM COMO DONOS DO SABER.
ERA O TIPO DE EDUCAÇÃO “BANCÁRIA”
“A educação se torna um ato de depositar, em que os educandos são os depositários e o educador o depositante” (Freire, 1998) por isso passa a ser chamada de “educação bancária”.
Segundo a educadora Rosana Ap. Argento Ribeiro, “a educação bancária é classificada também como domesticadora, porque leva o aluno a memorização dos conteúdos transmitidos, impedindo o desenvolvimento da criatividade e sua participação ativa no processo educativo, tornando-o submisso perante as ações opressoras de uma sociedade excludente.
O papel da disciplina na educação bancária é fundamental para o sucesso da aprendizagem do aluno. Nela, a obediência e o silêncio dos alunos são aspectos importantes para garantir que os conteúdos sejam transmitidos pelos professores”.
ATUALMENTE, NOS PRIMEIROS ANOS DO SÉCULO XXI, ESTAMOS VIVENDO NUM OUTRO CONTEXTO
 Influenciados por mudanças políticas, sociais, econômicas e culturais, professores e alunos, e mesmo a própria instituição escolar, assumem um papel diferente na sociedade. Nessa nova realidade a educação bancária já não deveria ser aplicada dentro das escolas.
ACREDITA-SE HOJE QUE OS PROFESSORES DEVEM ESTAR MAIS PREOCUPADOS COM SEU APERFEIÇOAMENTO, PERMITINDO QUE SEUS ALUNOS QUESTIONEM, TIREM SUAS DÚVIDAS, SE POSICIONEM. ENQUANTO OS ALUNOS, POR SUA VEZ, TÊM MAIS ACESSO À INFORMAÇÃO, SE CONSIDERAM LIVRES PARA QUESTIONAR, CRIAR E PARTICIPAR.
Outro aspecto importante quanto à educação no 3° milênio refere-se ao fato de que a instituição escolar deveria estar mais aberta para a participação dos pais e da comunidade em suas atividades e mesmo, nas propostas curriculares.
François Dubet reforça a idéia de que “OS PROFESSORES MAIS EFICIENTES SÃO, EM GERAL, AQUELES QUE ACREDITAM QUE OS ALUNOS PODEM PROGREDIR, AQUELES QUE TÊM CONFIANÇA NOS ALUNOS. OS MAIS EFICIENTES SÃO TAMBÉM OS PROFESSORES QUE VÊEM OS ALUNOS COMO ELES SÃO E NÃO COMO ELES DEVERIAM SER”.
Quanto às afirmações anteriores percebo diante da atual  realidade,  que alguns professores se mostram preocupados quanto a sua formação e prática profissional enquanto uma quantidade expressiva ainda demonstra grande resistência à reflexão e ao aperfeiçoamento do seu trabalho por se considerarem experientes e prontos
 para o exercício do magistério.
QUANTOS AOS ESTUDANTES ...
No que se refere aos estudantes é possível verificar que há um grande incentivo da família quanto aos estudos e ao mesmo tempo há um maior acesso a recursos que facilitam e promovem o processo de ensino-aprendizagem, como livros, computadores, internet, revistas, jornais, filmes...
Essa circunstância realmente os torna mais críticos, questionadores e participativos. Porém, nem todos conseguem utilizar essas ferramentas de forma consciente e produtiva.
Os pais, por sua vez, comparecem a escola para presenciar a apresentação de trabalhos realizados por seus filhos apenas como observadores, sem posicionamentos mais efetivos e críticos. Há, porém baixo índice de comparecimento nas reuniões solicitadas pela escola, especialmente entre os pais cujos filhos freqüentam turmas do sétimo ano  do ensino fundamental ao ensino médio.
O QUE O PROFESSOR PODE FAZER PARA TER CONTROLE PERANTE SITUAÇÕES DE INDISCIPLINA?
SABEMOS QUE PARA OBTER DISCIPLINA EM QUALQUER AMBIENTE EM QUE VIVEMOS NÃO PODEMOS DEIXAR DE FALAR DE RESPEITO.
Segundo Tardeli (2003), o tema respeito está centralizado na moralidade. Isso quer dizer que cada pessoa tem, junto com sua vida intelectual, afetiva, religiosa ou fantasiosa, uma vida moral.
E o primeiro a atribuir um significado a moralização e inserir no conceito de ética foi o filósofo Demócrito.
Sabemos que atualmente o papel do professor dentro da escola é muito mais abrangente, pois ele precisa estar atento às capacidades cognitivas, físicas, afetivas, éticas e para preparação do educando para o exercício de uma cidadania ativa e pensante.
SERÁ QUE SABEMOS OUVIR NOSSOS ALUNOS?
O diálogo envolve o respeito em saber ouvir e entender nossos alunos, mostrando a eles nossa preocupação com suas opiniões e com suas atitudes e o nosso interesse em poder dar a assistência necessária ao aperfeiçoamento do seu processo de aprendizagem.
É também compromisso do educador se preocupar com a disciplina e a responsabilidade de seus alunos.
 Para Piaget (1996), “o respeito constitui o sentimento fundamental que possibilita a aquisição das noções morais” .Conseguimos atingir a responsabilidade, desenvolvendo a cooperação, a solidariedade, o comprometimento com o grupo, criando contratos e regras claras e que precisarão ser cumpridas com justiça.

O PROFESSOR PASSA A SE PREOCUPAR COM A MOTIVAÇÃO DE SEUS ALUNOS, TENDO MAIOR COMPROMISSO COM SEU PROJETO PEDAGÓGICO E AS QUESTÕES AFETIVAS, OBTENDO DESSA FORMA UMA RELAÇÃO VERDADEIRA COM SEUS EDUCANDOS.
1-   Sob uma visão Piagetiana, o professor que na sala de aula dialoga com seu aluno, busca decisões conjuntas por meio da cooperação, para que haja um aprendizado através de contratos, que honra com sua palavra e promove relações de reciprocidade, sendo respeitoso com seus alunos, obtém dessa forma um melhor aproveitamento escolar.
2-   Segundo Tardeli (2003), “Só se estabelece um encontro significativo quando o mestre incorpora o real sentido de sua função, que é orientar e ensinar o caminho para o conhecimento, amparado pela relação de cooperação e respeito mútuos”.
COMO AGIR NESSA SITUAÇÃO? DE QUE FORMA AJUDAR?
NÃO PODEMOS DEIXAR DE TER COMO FOCO EM
NOSSO TRABALHO O SER HUMANO.
PRECISAMOS VALORIZAR AS PESSOAS.
Uma frase de Walt Disney ilustra bem essa idéia: “Você pode sonhar, criar, desenhar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo... Mas é necessário TER PESSOAS para transformar seu sonho em realidade”.
Estamos envolvidos com pessoas em nosso dia a dia: alunos, professores, pais, coordenadores, orientadores e diretores e, por isso, precisamos aprender a trabalhar em equipe para obter uma instituição forte, competente e coesa.
 A qualidade é obtida através do esforço de todos os seus integrantes, onde cada profissional é importante e cada aluno também.
A escola é uma organização humana em que as pessoas somam esforços para um propósito educativo comum.


O PAPEL DO PROFESSOR NA BUSCA PELA 'DISCIPLINA'
São nítidos os desafios que a disciplina coloca hoje para toda a sociedade, principalmente para o professor, dada à importância que este possui para o combate a indisciplina.
COMO JÁ FORA VISTO ANTERIORMENTE , A DISCIPLINA É UM CONJUNTO DE REGRAS QUE SERVEM PARA O BOM ANDAMENTO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR. PORTANTO, PODEMOS CONCLUIR QUE ELA É UMA QUESTÃO DE QUALIDADE NOS RELACIONAMENTOS HUMANOS, SENDO TAMBÉM UMA QUESTÃO DE QUALIDADE ENTRE PROFESSOR E ALUNO.
Diante de suas formas de expressão, causas e implicações, a indisciplina escolar desafia os profissionais da educação a refletir, propor e repensar as estratégias de ação pedagógica, já que a indisciplina não pode ser considerada como um fenômeno estático.

A PREOCUPAÇÃO POR PARTE DOS PROFESSORES COM A INDISCIPLINA ESCOLAR VEM AUMENTANDO
 CADA VEZ MAIS.
Compõe a fala desses professores a queixa de que a indisciplina é responsável pelo estresse entre eles e pelo insucesso muitas vezes constatado no processo de ensino-aprendizagem.
As configurações adquiridas pelas expressões de indisciplina na escola vem exigindo dos profissionais da educação um repensar sobre seu conceito, que não mais pode ser considerada como "problema de comportamento", conceito que deve ser superado. Deve-se considerar:
..] a indisciplina no contexto das condutas dos alunos, dentro ou fora da sala de aula, nas diversas atividades pedagógicas, a dimensão dos processos de socialização e relacionamentos que os alunos exercem na escola e também considerar a indisciplina contextualizada o desenvolvimento cognitivo desses alunos. (Garcia, 1999 p. 102).
A VISÃO QUE SE TEM ATUALMENTE É DA INDISCIPLINA ENQUANTO FENÔMENO DE APRENDIZAGEM.
 Desta forma, aquele aluno considerado indisciplinado não o é somente por haver rompido com regras da escola, mas porque não está desenvolvendo suas possibilidades cognitivas, atitudinais e morais. (Garcia, 2002).
Assim, a indisciplina tem que ser analisada e compreendida no contexto da relação pedagógica em que a situação emerge, pois é nesse contexto que o professor pode categorizar alguém ou algum ato como sendo indisciplinado
Portanto, a indisciplina nos dias atuais deve ser vista como um "fenômeno interativo que ocorre no contexto de sala de aula".(Amado, 2001 p.17).
DESSA FORMA, A INDISCIPLINA ESCOLAR ESTÁ INTIMAMENTE LIGADA A TUDO QUE DIZ RESPEITO AO ENSINO, AOS OBJETIVOS, ÀS PRÁTICAS E PERSPECTIVAS QUE A ORIENTAM.
A indisciplina relacionada a uma interpretação do poder nos oferece um entendimento que varia de acordo com a interpretação que é dada à indisciplina em sala de aula, pois o que pode ser indisciplina para um professor pode não ser para outro (CURTO, 1998, p. 34).
 Em um determinado momento, este "intérprete", o professor, pode considerar um acontecimento como indisciplina, ou não, como certo ou errado, justo ou injusto, criativo ou desafiador (DELGADO e CAEIRO, 2005, p. 23).
Da mesma maneira que a indisciplina pode estar relacionada à interpretação daquele que pensa deter o poder — e que muitas vezes se confunde com a autoridade —, ela pode fazer com que a noção de autoridade seja questionada.
A indisciplina vivenciada por alguns docentes pode ser a evidência de que algo está errado em sala de aula, seja pela postura de alunos que não fazem silêncio durante as aulas, seja pela não-participação deles nas atividades.
A indisciplina, segundo Vasconcellos (2004, p. 95), pode ser ativa, na qual o aluno faz bagunça, ou passiva: quando o professor até consegue silêncio, mas não a interação com seus educandos. Por essa razão, vislumbra-se a necessidade de uma atitude interpretativa para a indisciplina escolar, levando-se em consideração que pensar a indisciplina enquanto acontecimento de uma aula implica pensar numa multiplicidade de aspectos, a começar pelo modo como os fatos são interpretados pelos indivíduos intervenientes — para além das diversas situações de âmbito externo ao processo (DELGADO e CAEIRO, 2005, p. 24).

PROFESSOR NÃO É O ÚNICO DETENTOR DE PODER NA SALA DE AULA. OS ALUNOS TAMBÉM OCUPAM UMA POSIÇÃO SOCIAL E DESENVOLVEM ESSE ATRIBUTO
Quanto à noção de um contrapoder na escola, Curto (1998, p. 29-39) aponta que o professor não é o único detentor de poder na sala de aula. Os alunos também ocupam uma posição social e desenvolvem esse atributo.
 Dessa forma, docentes e discentes possuem poderes e objetivos que, muitas vezes, são divergentes e podem desencadear conflitos, mas é em sala de aula que ambos os poderes se confrontam.
A indisciplina escolar resultaria, segundo esse autor, do poder de contestação dos alunos, tendo-se em vista os mais variados objetivos, dentre eles, o ritmo da aula e do professor, os conteúdos programáticos, bem como o distanciamento da escola e da aula ante a realidade do aluno.

NESTE PONTO, A INDISCIPLINA PODE ESTAR ATRELADA AO PROFESSOR NA MEDIDA EM QUE SE FALA DE UM RELACIONAMENTO ENTRE DOCENTE E ALUNO.

 Assim, ambos podem estar trabalhando em conjunto no entendimento do que consideram indisciplina, já que essa compreensão também está vinculada à interpretação dos sujeitos escolares.
Da mesma maneira, entendemos que a indisciplina e autoridade docente podem estar conectadas de forma produtiva, fazendo com que professor e aluno construam conjuntamente o vínculo de autoridade e disciplina, entendendo que esta última pode auxiliar nesse contínuo processo de construção.
Em geral, o trabalho docente é compreendido a partir da equação "ensina-se algo, de alguma forma", preocupando-se apenas com a associação dos conteúdos específicos e métodos utilizados. Um terceiro fator deve ser acrescentado, o da dimensão ética do trabalho docente. Assim, a fórmula pedagógica seria "ensina-se algo, de alguma forma, a alguém específico", delimitando um valor humano e social a esta relação.

GRANDE PARTE DOS PROBLEMAS 
ENFRENTADOS HOJE, RELACIONADOS À INDISCIPLINA EVOCAM A QUESTÃO 
DO "PARA QUÊ ESCOLA?"
Essa  ideia que parece apontar na mesma direção para a qual o aluno indisciplinado nos chama. Essa questão tem de estar muito bem resolvida para os professores, profissionais privilegiados da educação, que devem ter clareza quanto a seu papel e ao valor do seu trabalho.
Neste sentido, é dever de todos da área educacional se preparar e, principalmente, se disponibilizar a atender às demandas de todo o público discente.
Só assim venceremos as barreiras de comportamento, unindo finalmente o real ao ideal!

Fernanda Lapenda Silveira

Pós-graduada em Gestão Educacional

para formação de professores : O SUCESSO NAS AULAS É DECORRENTE DE UMA CONSTRUÇÃO QUE ACONTECE TODOS OS DIAS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM : POR ISSO , É PRECISO SEMPRE ESTAR INOVANDO , REINVENTANDO SUA AULA, REVENDO SEU PLANEJAMENTO : Planejar, replanejar, mudar, inovar, REINVENTAR aula a aula, semana a semana, mês a mês... Somente assim poderíamos realmente ter uma dimensão clara da efetividade e da qualidade de nosso trabalho na educação.






O SUCESSO NAS AULAS  É DECORRENTE  DE UMA CONSTRUÇÃO QUE ACONTECE TODOS OS DIAS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM 

As aulas, que representam pelo menos 90% do tempo gasto pelo aluno na escola, devem ser, por esse motivo (entre outros), objeto de estudo, planejamento qualificado e realização primorosa por parte dos docentes para que a motivação seja a tônica entre os estudantes.
QUANTOS PROFESSORES REALMENTE SE PREOCUPAM EM PENSAR E REPENSAR COM SERIEDADE SUA REALIZAÇÃO PROFISSIONAL EM SALA DE AULA DE UM ANO PARA O OUTRO?
A acomodação com as fórmulas já testadas e utilizadas anteriormente tende a ser a prática mais comum não apenas em escolas brasileiras mas também em muitos países do mundo todo. 
Planejar, replanejar, mudar, inovar, REINVENTAR  aula a aula, semana a semana, mês a mês... Somente assim poderíamos realmente ter uma dimensão clara da efetividade e da qualidade de nosso trabalho na educação.

TORNE AS REUNIÕES DE PLANEJAMENTO ENCONTROS QUE SEJAM REALMENTE  PRODUTIVOS E INOVADORES PARA O TRABALHO E A PRÁTICA PEDAGÓGICA.
Nesse ínterim, vale ressaltar que os resultados colhidos AO LONGO DAS EXPERIÊNCIAS ANTERORES dependem muito da consistência da proposta pedagógica da escola, do envolvimento dos educadores e da persistência em buscar e atingir os objetivos propostos. 
Seriedade, embasada por critérios e diretrizes claras, sem a mudança de regras ao longo da jornada, contando com o apoio e a participação de todos os professores e funcionários dão a qualquer plano de trabalho a consistência necessária para que a realização se torne um sucesso.
Os alunos percebem desde os primeiros dias de aula a seriedade da proposta de cada professor e, a partir da prática de sala de aula, transformam a compreensão do imediato e local para o mais amplo tanto no que se refere ao tempo quanto ao espaço e seus protagonistas. 

Isso quer dizer que a visão da escola como um todo se relaciona aos olhos dos educandos a postura e as realizações e implementações dos educadores com os quais têm contato nas aulas.
O SUCESSO NAS AULAS  É DECORRENTE, PORTANTO, DE UMA CONSTRUÇÃO QUE ACONTECE TODOS OS DIAS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM E QUE EXIGE PACIÊNCIA, DETERMINAÇÃO, OBJETIVOS CRITERIOSAMENTE DEFINIDOS, INCENTIVO A PARTICIPAÇÃO CONSTANTE DOS ALUNOS, PROJETOS INSTIGANTES QUE RELACIONEM OS TEMAS TRABALHADOS A REALIDADE E A CONHECIMENTOS PREVIAMENTE ADQUIRIDOS PELOS ESTUDANTES (TANTO NA ESCOLA QUANTO NA VIDA EXTRA-ESCOLAR).
É preciso igualmente ter consciência de que qualquer realização, seja ela qual for (nesse caso na educação), passará necessariamente por experiências boas e também por outras ruins, por acertos e erros...
POR ISSO , É PRECISO SEMPRE ESTAR INOVANDO , REINVENTANDO SUA AULA, REVENDO SEU PLANEJAMENTO

USE O SEU CONHECIMENTO EM PROL DO GRUPO.
ARGUMENTE E PARTICIPE SUAS OPINIÕES SEMPRE TENDO EM  VISTA O CRESCIMENTO E A MELHORIA DO TRABALHO DE TODOS.

E os erros devem ser entendidos como oportunidades. 

Nossa completude é um sonho inconsequente e irresponsável que cabe somente nas palavras de nossos melhores poetas e músicos.

A perfeição não deve ser o nosso objetivo de vida e sim um horizonte que nos inspire em nossa trajetória para a obtenção de melhores resultados na busca por um mundo melhor, mais digno, justo e de paz.

ASSIM, VEJA ALGUMAS ATITUDES POSSÍVEIS NO SEU CAMINHAR :
-Critique se for necessário.
-  Pondere quando sentir que suas opiniões podem ajudar a compor um novo cenário nos trabalhos e projetos em que estiver envolvido.
-  Argumente sempre tendo como matriz de seu pensamento idéias em que realmente acredite e relativamente às quais possua informações sólidas.
- Não utilize os erros dos outros para demolir suas proposições ou, principalmente, pessoas e grupos.
- Chega de competição nos moldes do mais selvagem capitalismo.
- O barco é o mesmo para todos e se não nos dispusermos a ajudar uns aos outros e estimular o crescimento conjunto de nossas instituições estamos fadados ao perecimento...
- Aplauda e reconheça os méritos alheios.
- Participe opiniões em projetos vitoriosos para reforçar suas bases.
- Disponha-se a trabalhar sempre, em qualquer circunstância, seja ela de ventos favoráveis ou de tormentas da pior espécie.

O CAPITÃO E OS MARINHEIROS SOMENTE SOBREVIVEM AO MAR QUANDO  ATUAM DE FORMA HARMÔNICA, ESTABELECENDO UM AMBIENTE DE INTERCÂMBIO,  TROCA, COMPREENSÃO E AUXÍLIO. 

NUMA SALA DE AULA NÃO É DIFERENTE...
Como a escola tem como base e firmamento a sala de aula, logo se estabelece que é nesse espaço que se ganha ou que se perde o jogo. 
E nesse sentido vale destacar que o capitão do barco é o professor e os marujos são os estudantes.
“Todos sabem e reconhecem que o conhecimento mais amplo sobre a embarcação e também sobre as técnicas náuticas pertence ao experiente capitão (professor). Todos também reconhecem que o navio só conseguirá navegar e atingir os portos nos quais deseja chegar a partir da ação dos marinheiros (alunos).”

SE O CONTATO  DESSE CAPITÃO COM SUA TRIPULAÇÃO NÃO FOR BOM O QUE SE PODERÁ ESPERAR PARA AS VIAGENS FUTURAS DA REFERIDA EMBARCAÇÃO?
Deve ficar claro para todos que não há estabilidade
 plena nos oceanos pelos quais todos irão navegar. 
Um dia pode ser de tormenta e o outro pode ser de total calmaria...

Nesse sentido é preciso sempre quebrar o gelo entre professores e alunos na aula , deixando claros alguns limites e estabelecendo canais de comunicação constantes entre o capitão e os marinheiros.

CONHEÇO PROFESSORES QUE AFIRMAM CATEGORICAMENTE QUE NÃO DEVEM-SE MOSTRAR OS DENTES E DIZER COM CLAREZA QUEM MANDA NESSE ESPAÇO COLETIVO CHAMADO SALA DE AULA; HÁ OUTROS QUE PRETENDEM SER MUITO “CHEGADOS” DOS ESTUDANTES...
Discordo totalmente dessas iniciativas.
Nem tanto ao sol, nem tanto a lua...

Creio que aos estudantes devem ser apresentadas idéias importantes quanto ao curso, às avaliações, a disciplina, os projetos, a pessoa do educador, a instituição e também relativas ao conteúdo.
Deve-se falar e escutar.
Abrir espaço para apresentações, dúvidas, troca de idéias, sugestões e apreciações dos estudantes quanto ao curso, à escola e mesmo quanto às propostas do professor.

Estabeleça o diálogo com os colegas e os estudantes.
Fale e escute.
Aprenda a anotar as sugestões interessantes para poder implementá-las posteriormente.
Cresça em conjunto com seus pares no trabalho.
E NÃO É SÓ ESCUTAR. Ao professor cabe anotar as boas idéias e se mostrar disposto a pensar e eventualmente aplicar algumas dessas contribuições obtidas no contato com seus estudantes.
Isso dá credibilidade ao curso e ao docente, estabelece uma comunicação que aproxima todos os presentes e ainda permite implementar o curso a partir da visão de quem está num outro importante papel, o de educandos.
E PARA MELHORAR AINDA MAIS ESSE CONTATO QUASE DIÁRIO E EVITAR OS JÁ HABITUAIS E EXAURIDOS MODELOS DE  AULA  FORMAL  E DO PRÓPRIO DOCENTE, QUE TAL VARIAR A FÓRMULA E PROCURAR INCREMENTAR A MESMA ADICIONANDO ELEMENTOS CULTURAIS, ESPORTIVOS, GEOGRÁFICOS, HISTÓRICOS, LITERÁRIOS, ARTÍSTICOS OU CIENTÍFICOS ... COMO? QUE TAL USAR A IMAGINAÇÃO...
1-   Por exemplo, uma possibilidade seria trabalhar com trechos de músicas conhecidas (uns vinte ou trinta, de acordo com a quantidade de alunos de cada sala) que seriam disponibilizados para todos os estudantes. A cada um deles poderia ser pedido que escolhesse um daqueles trechos para falar de si mesmo. Alunos que selecionassem o mesmo trecho se reuniriam num mesmo grupo e trocariam informações sobre eles mesmos com os colegas e depois seriam apresentados por outras pessoas do grupo...
2-   Outra alternativa seria a utilização de fotografias de personalidades da ciência, das artes ou dos esportes. Caberia aos alunos se agruparem de acordo com um sorteio ou pela preferência individual tendo uma dessas personalidades como base para uma conversa. Nesse bate-papo eles deveriam enumerar as qualidades do sujeito e, a partir de uma lista concebida pelo grupo, deveriam falar sobre si mesmos para o restante da turma.( utilize a sua criatividade de acordo com o seu conteúdo).
3-   Ainda a título de sugestão caberia por exemplo selecionar livros conhecidos do público-alvo de alunos e colocá-los em contato com os mesmos para que todos aqueles que já tivessem lido um determinado título pudessem se reunir para falar sobre a obra, o autor, a trama, os personagens e, com base no que conversaram sobre o livro, viessem a falar sobre as pessoas do grupo traçando paralelos com a trama do livro, os personagens, o autor,...
4 - HÁ INÚMERAS DINÂMICAS EM SITES E BLOGS NA INTERNET ...

HÁ INÚMERAS OUTRAS ALTERNATIVAS QUE PODERIAM SER CRIADAS. TODAS DEMANDAM TEMPO DE
PLANEJAMENTO E CRIATIVIDADE.
 Libertem-se de suas amarras e mãos a obra para a concepção de uma alternativa que viabilize um  trabalho promissor para suas aulas e sua escola.


REELABORADO POR MARIZETE CAJAÍBA
João Luís Almeida Machado
Editor do Portal Planeta Educação; Doutorando pela PUC-SP no programa
Educação:Currículo; Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela
Universidade Presbiteriana Mackenzie(SP); Professor universitário e Pesquisador


FORMAÇÃO DE PROFESSORES: Aula Expositiva : ACREDITE QUE HÁ E QUE SEMPRE EXISTIRÁ ESPAÇO PARA UMA BEM PREPARADA E PLANEJADA AULA EXPOSITIVA. - Idéias para renovar essa prática tão tradicional / o professor que tem pleno conhecimento dos conteúdos, que domina as técnicas de apresentação oral de suas idéias e que organiza suas aulas e projetos de trabalho com acuidade é e sempre será essencial para a educação.



Aula Expositiva
Idéias para renovar essa prática tão tradicional

“Idéias e palavras podem mudar o mundo”
(Professor John Keating, personagem de Robin Williams

no filme “Sociedade dos Poetas Mortos” do diretor Peter Weir)
Já tentaram enterrá-la. Sua existência tem sido criticada insistentemente por um grande número de especialistas. Acredita-se que a vida nas escolas em pleno século XXI pode e deve prescindir de seus préstimos. Sonham alguns com salas de aula totalmente informatizadas onde os professores serão apenas condutores e orientadores do processo de ensino-aprendizagem. Imagina-se até que a aula expositiva seja um empecilho a educação em virtude da realidade em que está inserido o aluno nesse mundo tão farto de novas tecnologias...
DUVIDE DE TUDO ISSO. ACREDITE QUE HÁ E QUE SEMPRE EXISTIRÁ ESPAÇO PARA UMA BEM PREPARADA E PLANEJADA AULA EXPOSITIVA.
A despeito dos entusiastas das tecnologias de informação e conhecimento (entre os quais me incluo, com as devidas ressalvas ao uso exagerado dessas novas ferramentas de trabalho em educação), o professor que tem pleno conhecimento dos conteúdos, que domina as técnicas de apresentação oral de suas idéias e que organiza suas aulas e projetos de trabalho com acuidade é e sempre será essencial para a educação.
O que não pode acontecer em relação a essa metodologia é a mesmice e nem tampouco sua utilização exclusiva como prática de trabalho em sala de aula. Durante muito tempo tenho pesquisado e perseguido alternativas de trabalho que tornem a educação muito mais atraente e interessante aos olhos de nossos estudantes. As mudanças pelas quais o mundo passou nas duas ou três últimas décadas mudaram completamente o perfil dos alunos com os quais trabalhamos.
O advento dos computadores, da Internet, dos comunicadores instantâneos, das câmeras digitais, impressoras, telefones celulares, televisores de plasma e LCD, aparelhos de DVD e tantas outras parafernálias eletrônicas que povoam os lares de milhões de pessoas no mundo todo transformaram radicalmente a relação que estabelecemos com a informação e com o conhecimento. Isso teve repercussões ainda maiores entre as pessoas que nasceram durante essa autêntica revolução tecnológica digital que estava acontecendo e que se acostumaram a conviver diariamente com todos esses equipamentos.

DESAFIE SEUS ALUNOS EM SUAS AULAS EXPOSITIVAS.
Para os jovens é muito mais fácil aprender a mexer com aparelhos como Ipods, celulares ou computadores. Isso não é somente afirmação de especialistas, qualquer um de nós pode constatar essa realidade no próprio ambiente doméstico quando tiramos da embalagem um desses equipamentos e os colocamos em uso.
Normalmente as crianças e adolescentes descobrem em poucos dias como se opera aquela máquina e quais são suas principais funções. Enquanto isso, as pessoas mais velhas da casa penam para utilizar essas tecnologias mesmo em suas funções mais básicas. É sempre necessário recorrer ao velho e bom manual de instruções em situações como essas para evitar embaraços...
Mesmo levando-se em conta todo o fascínio que essas ferramentas da tecnologia despertam em nossos estudantes não podemos deixar que o poder da palavra e do conhecimento acumulados a partir de anos de estudo e experiência sejam esquecidos ou desperdiçados. Tive uma excelente professora de história no Ensino Médio que foi quem realmente despertou o grande interesse que tenho pela área e que acabou influenciando decisivamente a minha escolha profissional.
Suas maiores qualidades eram a clareza nas exposições orais que fazia, a capacidade de síntese, a habilidade para transpor as informações para a lousa de forma a ilustrar e facilitar nossa compreensão dos conteúdos ensinados. Trabalhava com devoção e paixão pelo conhecimento, aprofundava-se constantemente, estudava e planejava suas aulas e demonstrava consideração pelos estudantes ao atender toda e qualquer dúvida que surgisse.

Valorize e estimule a participação de seus alunos.
Contava a história dando a ela o sabor e o caldo necessários para que todos nós ficássemos atentos e participássemos de suas aulas. Tudo isso aconteceu no início dos anos 1980 e, como você já deve estar pensando, não tínhamos computadores, Internet e nem mesmo televisores e videocassetes em nossas salas de aula. Os recursos eram a lousa, os livros e cadernos, os estojos com seus lápis e canetas e principalmente a imaginação, o estudo e o planejamento dos professores.
Do mesmo modo como me encantei com as aulas de história de nossa grande professora Maria Januária Vilela Santos, tantos outros contemporâneos de estudos acabaram se afeiçoando a matemática, a geografia, ao inglês, ao português, a biologia,... E em todos os casos o grande artífice dessa obra ou ainda o querubim que atingiu nossos corações e nos fez apaixonados por essas  áreas do conhecimento foram os professores.
Hoje em dia já surge a preocupação com o surgimento das novas gerações de professores que são totalmente dependentes da tecnologia e que, sem o auxílio de projetores, computadores, powerpoint ou Internet não são capazes de realizar seu trabalho com a qualidade que deles se espera.

Não estou aqui advogando em favor de um retrocesso ou agindo de forma saudosista. Lembro apenas que apesar de toda a tecnologia que existe no mundo temos que ser capazes de nos localizar no mundo a partir da leitura das estrelas no céu...
LEMBRO SEMPRE DOS GRANDES NAVIOS DE CARGA OU MILITARES QUE SINGRAM OS MARES E QUE, A DESPEITO DE TODOS OS MODERNOS EQUIPAMENTOS DE QUE DISPÕEM DEVEM SEMPRE TER A BORDO PESSOAS QUE SAIBAM UTILIZAR BÚSSOLAS, QUADRANTES, ASTROLÁBIOS E QUE TAMBÉM SAIBAM SE LOCALIZAR SEM O AUXÍLIO DOS GPS, CONTANDO APENAS COM AS CONSTELAÇÕES E CONSAGRANDO OS MAPAS QUE DIRECIONARAM OS CÉLEBRES VIAJANTES EM SUAS ROTAS RUMO AO DESCONHECIDO DURANTE A MODERNIDADE...
Nesse sentido penso que temos que alternar aulas em que utilizamos a tecnologia com aulas em que somos os protagonistas, sem esquecer, é claro, que em ambos os casos é possível inserir os dois componentes. Para que isso aconteça temos que, primeiramente acompanhar com o máximo de proximidade os lançamentos e novidades em livros, textos, artigos e estudos relacionados a nossa área de estudos e trabalho.

ATUALIZE-SE E PLANEJE SUAS AULAS PREVENDO A
PARTICIPAÇÃO E AS DÚVIDAS DE SEUS ALUNOS.
Atualização é essencial em qualquer área do conhecimento. Isso não deve, obviamente, se tornar uma obsessão. Até mesmo porque vivemos num mundo tão voraz e acelerado que nem mesmo se tivéssemos todo o tempo do mundo disponível para realizar essa pesquisa permanente seríamos capazes de acompanhar tudo aquilo que se produz em uma determinada área do conhecimento.
PARA QUE SUA AULA EXPOSITIVA SEJA PERTINENTE É NECESSÁRIO ORGANIZAR OS ESQUEMAS MENTAIS QUE IRÃO ORIENTAR SUA PRÁTICA EM SALA DE AULA.
Selecione textos. Faça uma leitura acurada e precisa dos mesmos. Destaque as idéias importantes. Trabalhe sempre com mais de uma obra de referência em cada aula. Amplie a discussão trazendo opiniões e conceitos que entrem em choque e que motivem polêmica e discussões.
Mesmo sendo a sala de aula um palco onde teoricamente você é o protagonista, aprenda a dividir as atenções chamando seus alunos para participar opiniões, dividir seus conhecimentos. Nunca despreze a experiência anterior de seus estudantes, eles podem e devem auxiliar constantemente o desenvolvimento de uma aula expositiva. A partir de suas histórias de vida há muitos e muitos ensinamentos que irão reforçar (e muito) os conhecimentos do próprio professor. DIGA-SE DE PASSAGEM QUE A HUMILDADE INTELECTUAL É UMA DAS MAIORES VIRTUDES QUE UM PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO DEVE TER...
Apesar de ser uma aula expositiva não deixe de contar com o apoio de trechos de textos, mapas, imagens relacionadas ao tema trabalhado, trechos de filmes, artigos de jornais ou revistas, músicas, reproduções de obras de arte e/ou qualquer outro recurso que possa reforçar suas idéias.
DRAMATIZE SUAS AULAS. SE PUDER FAÇA AULAS DE TEATRO PARA REFORÇAR ESSA PRÁTICA. Isso permite que você dê aos conteúdos a alma e o encanto que em muitos casos faltam e que fazem com que os estudantes acabem se desinteressando pelo seu trabalho.
PARA FINALIZAR, NUNCA DEIXE DE DEMONSTRAR TODO O AMOR QUE VOCÊ TEM POR SUA ÁREA DO CONHECIMENTO E TAMBÉM PELA EDUCAÇÃO.
Quando as pessoas com as quais você está trabalhando percebem o quanto é importante para você esse trabalho, elas também acabam dando muito mais valor a sua profissão, a sua matéria e, consequentemente, ao curso que você está ministrando.
Em todas essas orientações e sugestões de trabalho com aula expositiva cabe ressaltar que o educador não deve jamais deixar de ser quem realmente é. Tenha personalidade, nunca abdique de sua essência e, acima de tudo, tenha orgulho de ser quem é e de fazer o que faz. Altivez é palavra de ordem em qualquer profissão, principalmente em educação...

João Luís Almeida Machado

Editor do Portal Planeta Educação; Doutorando pela PUC-SP no programa Educação:Currículo;
Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie(SP);
Professor universitário e Pesquisador atuando no Centro Universitário Senac em Campos do Jordão

MENSAGEM PARA PROFESSORES : Professor Preciso que me ensines a viver / Aprender é o maior desafio do homem, por isso compreendo que, como professor, sintas dificuldade de ensinar, pois também és um aprendiz. Sei que aprenderá comigo e eu contigo./Professor : No meio da Matemática, da História, da Geografia, da Ciência ... eu preciso que apenas me ensines a viver.




Professor Preciso 
que me
ensines a viver
Marizete Cajaiba

Preciso que me ensines a viver... e, na condição de aprendiz, nos acertos e erros estarei desenvolvendo meu próprio SER!
Aprender  é o maior desafio do homem, por isso compreendo que, como professor, sintas dificuldade de ensinar, pois também és um aprendiz. Sei que aprenderá comigo e eu contigo.
E, se somos falíveis, não me cobre a perfeição, mas não se desanime  com   meus próprios erros...Minhas virtudes dependem da sua tolerância.
Deixe-me exteriorizar as minhas potencialidades, mesmo que elas lhes pareçam absurdas, não perca a paciência, nem o equilíbrio que necessita quando minhas  idéias não forem compatíveis com as suas.
Não queira que eu me identifique com você; não queira dimensionar meus passos. Não me julgue,  nem me cobre pelas minhas imprudências, nem sempre somos o que fazemos e muitas vezes, precisamos experimentar a desilusão para crescermos interiormente.
Por isso , preciso que me ensines a viver ...
Não me pressione por problemas que ainda não sei como resolver, impondo-me condições e normas que ainda não aprendi a valorizar ...me ensine-as primeiramente.
Deixe-me desenvolver minha percepção. Minhas ações, por vezes, dependem das suas, por isso esteja atento a todos os acontecimentos e, se eu falhar, faça uma reflexão das suas atitudes ...
Careço das suas palavras sinceras, mas também careço da linguagem do amor, da compreensão, do seu sorriso amigo e sincero, da espontaneidade, da grandeza de seus gestos de carinho.
Auxilie-me nas dúvidas, nos meus questionamentos, por mais fúteis que pareça, sou mesmo imaturo para entender aquilo que você já sabe e já estudou para me ensinar.
Me ajude a  ver as coisas além das aparências, quero aprender mais que a História, que  a Matemática ou  que a Geografia  possa me ensinar,  quero aprender a conviver convivendo, pois ainda não convivi o bastante para  remover hábitos indesejáveis, para disciplinar aquilo que penso, falo e faço, ainda não sei controlar  meu autocontrole, pois mal sei o que é isso. Preciso que me ensines a viver.
E, se eu errar, não me negue a chance de recomeçar, de me reconquistar , de fazer que eu reconquiste a confiança em mim mesmo, para que possa de novo reconquistar a sua e seguir meu caminho confiante.
Ao me ensinar a viver , ensina-me a ser uma pessoa de caráter, colocando sentimentos e conciliações em suas palavras. Estou aprendendo o tempo todo com você. Não crie em mim um espírito intolerante, apontando-me os erros .
Não crie em mim ressentimentos, criando barreiras para que eu possa seguir adiante.
Deixe-me sonhar, sorrir, encontrar a felicidade sem exceder valores morais, me ensinando o que são os valores humanos.
Deixe-me viver as alegrias da vida , vamos conquistar juntos, vamos aprender juntos as coisas desse  mundo, do meu mundo ... eu aqui sentado nessa carteira junto com mais outros trinta colegas , que talvez pensam como eu e você aí na frente, que talvez nunca parou para pensar no que eu possa estar pensando de você, esperando de você, necessitando de você.
Professor :  No meio da Matemática, da História, da Geografia, da Ciência ... eu preciso que apenas me ensines a viver.





PARA LIDAR COM OS ADOLESCENTES : ENTENDA-OS PRIMEIRAMENTE ( ÓTIMO PARA PAIS E PROFESSORES) / DEFINIÇÃO DE ADOLESCÊNCIA / ETAPAS DA ADOLESCÊNCIA/ CRISES NA ADOLESCÊNCIA / DIFICULDADES NO CONVÍVIO COM ADOLESCENTES /






PARA ENSINAR PARA  ADOLESCENTES : ENTENDA-OS PRIMEIRAMENTE
 
INTRODUÇÃO
A adolescência é uma fase muito importante na vida de uma pessoa. É um período que não pode ser considerado uma mera transição entre a infância e a fase adulta. É uma etapa onde ocorrem as mais diversas transformações a nível físico, intelectual, emocional e social. A adolescência é um processo dinâmico de metamorfose que transforma o ser criança em um ser adulto.

I. DEFINIÇÃO DE ADOLESCÊNCIA

A adolescência é um período da vida que se estende entre a fase da infância e a fase adulta. Ela é um processo dinâmico e não um estado.
 É um estágio onde acontece um período radical de transição que deve ser vivido com naturalidade e intensidade pelo adolescente e um tempo especial onde os adultos precisam compreendê-lo em suas inquietações.
A adolescência é considerada um fenômeno de caráter psicológico e social com diferentes particularidades que variam de acordo com o contexto no qual o adolescente está inserido.
A palavra adolescência deriva do latim ad (a, para) e olescer (crescer), caracterizando, portanto, o processo dinâmico que o indivíduo apresenta na sua aptidão de crescer. 
A adolescência também tem raízes na palavra adolescer, de onde origina a palavra adoecer. Temos, pois, uma dupla etimológica: crescer no sentido físico e psíquico e adoecer com as transformações biológicas e mentais que se sucedem nesta fase da vida.
II. ETAPAS DA ADOLESCÊNCIA
Ao abordar o tema da adolescência, o autor José O. Outeiral fala de três etapas que não tem início e fim definidos com precisão e onde algumas características se confundem e outras não.

1. A ADOLESCÊNCIA INICIAL
Esta fase da adolescência tem o seu início em torno dos 10 anos estendendo-se até os 14 anos, aproximadamente. A principal caracterização deste período é a transformação corporal com as devidas alterações psíquicas.
Normalmente, nas meninas o amadurecimento ocorre mais cedo do que nos meninos. Esta fase é também denominada de adolescência puberal, por apresentar o início das mudanças da puberdade com todas as modificações físicas e psíquicas da adolescência.
Nesta etapa da adolescência, uma característica é o isolamento e há uma mudança no jeito afetivo do adolescente ser: ele se torna explosivo, suscetível, mal humorado e dorme muito. 
Ele se fecha em seu quarto ou até no banheiro por um vasto período. O adolescente torna-se monossilábico e a desobediência passa a ser a tônica principal. Além disso, inicia a desordem, a falta de asseio e a despreocupação de si mesmo.

2. A ADOLESCÊNCIA MÉDIA
A presente etapa vai dos 14 aos 16 ou 17 anos, aproximadamente. Tem como característica principal tudo que está relacionado com a sexualidade.
 Relevante também, nesta etapa, é o surgimento da importância do aspecto grupal. O adolescente centra seu modelo no relacionamento que ele tem com o seu grupo de colegas e amigos.



3. ADOLESCÊNCIA FINAL
Esta fase da adolescência vai dos 16 ou 17 aos 20 anos. Nesta etapa se estabelecem os novos vínculos com os pais e acontecem a adaptação ao novo corpo aos processos psíquicos do mundo adulto. Acontece também o rompimento da psicologia grupal e o adolescente busca uma maior independência onde ele procura inserir-se na sociedade em que vive.



III. CRISES NA ADOLESCÊNCIA

O termo "crise" origina do grego "krisis"e significa ato ou faculdade de distinguir, escolher, decidir ou resolver. O vocábulo é usado, pois, como parte integrante e positiva no processo de desenvolvimento do adolescente.
Tanto o menino como a menina que entra na adolescência inicia uma caminhada onde se dá lentamente o adeus à infância. O brinquedo, até então algo inseparável, começa a ser deixado de lado. Surge na memória um tempo que foi passando e que não voltará mais. Começa brotar um sentimento de perda que ocasiona a crise.

1. CRISE DE IDENTIDADE

A identidade é a consciência que a pessoa tem de si mesma como alguém que integra o mundo real existente.

A crise de identidade está centrada na necessidade que o adolescente tem de ser ele mesmo na procura de uma definição de seu self ("o self é tudo aquilo que sabemos, sentimos, vivenciamos como parte de nós mesmos. É tudo aquilo que nos conforma e compõe. É o objeto central do ego".), para assim romper com sua infância e conseguir se firmar como pessoa.

A crise de identidade é tida como ponto central na adolescência. A palavra crise é utilizada por haver uma mudança em ebulição, um processo de ruptura, de caos, que vai determinar a organização ou estruturação do indivíduo.

A identidade, na adolescência, se processa por uma série de identificações: num primeiro estágio, há uma forte identificação com a mãe, depois com o pai e com os outros membros da família e por último, há uma identificação com os professores, ídolos, e amigos.

2. CRISE DE AUTORIDADE

A crise de autoridade, na adolescência, é algo bastante forte e se caracteriza pelo confronto
Há uma atitude de rebeldia e muitas vezes até de desrespeito para com o adulto, especialmente para com os pais e outras pessoas que têm autoridade ou exercem determinada função.
A oposição visa, primeiramente e, sobretudo o meio familiar: o adolescente, para provar a si mesmo a sua independência, defende sempre posições contrárias às de seus pais e outros adultos. 
Ele também não aceita ser orientado na escolha dos amigos, das leituras, diversões e posições. O adolescente é um eterno reivindicador.

3. CRISE SEXUAL

A crise sexual é considerada a crise mais complexa da adolescência. Há, nesta fase, uma reelaboração total do mundo sexual que transforma a estrutura infantil em uma estrutura adulta.
Em meio a esta fase de transição, o adolescente se desenvolve lentamente, o que acontece em diversas etapas. Há inicialmente a maturidade das gônadas e a mudança genital.
A crise sexual se instala a partir das transformações do corpo, o que exige uma adaptação à nova realidade. 
De um momento para outro o corpo do menino e da menina começa a se transformar em um corpo de homem ou mulher. 
Tudo isto os torna impacientes e descontentes, pois a imagem que o adolescente tem de si mesmo não corresponde ao seu ideal estético. 

O crescimento desordenado causa desconforto. Braços, pernas, pés e mãos tornam-se grandes e compridos. Emagrecem e espicham, ultrapassando, muitas vezes, os pais. O nariz parece ao adolescente pouco estético. Surgem as espinhas, e o suor passa a exalar um forte cheiro. A voz se modifica e é motivo para brincadeiras maldosas que irritam o adolescente.

Toda esta insatisfação leva os adolescentes a crises de desespero, que são ainda mais forte porque, nesta época, o adolescente tem necessidade de agradar ao sexo oposto.
O adolescente precisa aceitar o seu novo corpo e viver em paz com ele para alcançar um bom nível de relações com os outros.

IV. DIFICULDADES NO CONVÍVIO COM ADOLESCENTES

Vimos até aqui a complexidade pela qual passa o adolescente em seu estado de metamorfose. 
A seguir, listaremos alguns aspectos que, se não observados, irão dificultar nossas relações para com eles neste período de total transformação pelo qual passam.

1. NÃO COMPREENDÊ-LOS

Ser compreensivo significa entender e captar os sentimentos do adolescente; é confiar em sua capacidade para ir adiante, é respeitar sua liberdade, respeitar sua intimidade, não julgá-lo, aceitá-lo como ele é, aceitá-lo tal como ele quer chegar a ser; é ver o outro como sujeito.

O adolescente precisa ser compreendido e aceito em sua maneira de ser e agir. Ele necessita de um ambiente acolhedor que o proteja e lhe mostre o caminho a ser seguido. 
O adulto é para o adolescente um refúgio necessário, mas ao mesmo tempo, alvo de agressão e destruição. 
É uma tarefa árdua, mas bela e gratificante, ser este adulto racional e maduro para um adolescente que está à procura de parâmetros que sirvam de modelo para sua afirmação como pessoa.

2. FALTA DE EMPATIA

No relacionamento humano é fundamental que se busque a compreensão do que a pessoa está dizendo e sentindo. É o que se chama de empatia. É sentir o que o outro sente; é ouvir a sua história como se fosse a minha. É a capacidade de dar-se conta das emoções e das mudanças internas da pessoa com a qual nos relacionamos. É colocar-se no lugar da pessoa.
Ao nos comunicarmos com o adolescente ou mesmo com outra pessoa qualquer, é certo que receberemos aquilo que estamos a lhe oferecer. Se nosso sentimento for de indiferença e apatia, é natural recebermos algo semelhante em troca.
A empatia requer a aceitação incondicional do outro: isso quer dizer que o aceito como ele é procurando aceitar todos os aspectos de sua pessoa: seus gestos, sua forma de falar, sua maneira de enfocar a vida, sua inteligência, seu corpo e seus atos. Isso faz com que eu não procure manipulá-lo, mudá-lo e favorece o outro a se expressar livremente e com confiança.

3. NÃO SENDO UMA PRESENÇA REAL

O adolescente percebe quando somos uma presença irreal, apenas de corpo ou se estamos totalmente com ele, sendo uma presença de corpo, "alma" e mente. O doar-se fará bem ao adolescente, mas talvez o grande beneficiado seja o adulto que irá desfrutar do convívio o que de melhor pode existir: a sinceridade e o amor à vida.

4. NÃO ENTENDENDO SEUS SENTIMENTOS

Assim como o adulto, o adolescente tem o direito de vivenciar e expressar o seu sentimento em relação ao mundo e às pessoas. É importante que o respeitemos, assim como ele é e assim como se expressa. O adolescente tem o direito de pensar, sentir e agir conforme seu coração, desde que isto não violente as formas de convivência.

5. QUERER CONVENCER O ADOLESCENTE A PARTIR DE NOSSOS PRESSUPOSTOS

Em nosso relacionamento com o adolescente, é fundamental que ele perceba que nos encontramos abertos para ouvi-lo e não para lhe impor nossas verdades. Estamos juntos para que haja uma troca de experiências e conhecimentos que enriquecerão nossas relações.
 Em uma relação nada pode ser imposto. Pode haver um compartilhar de idéias que permitirão uma troca mútua. O adolescente perceberá que os seus pressupostos têm valor, e não apenas os do adulto.

6. NÃO SENDO COERENTE

A coerência é imprescindível em toda e qualquer relação. Ser coerente é ter a coragem de ser o que se é, sem disfarces. O adolescente é especialista em perceber se somos coerentes com aquilo que falamos e fazemos. 
O não ser coerente nos tira a credibilidade para termos uma relação próxima com o adolescente.

7. NÃO ESCUTANDO O ADOLESCENTE
Escutar é diferente de ouvir. Nós ouvimos sons, ruídos ou palavras. Nós os ouvimos ainda sem querer quando alguém ou algo os emite. O escutar supõe uma disposição: é preciso querer escutar. Nós ouvimos sem querer; no entanto, para escutar é preciso querer fazê-lo.


O ADOLESCENTE, NO CONTATO CONOSCO, DEVE PERCEBER QUE NÓS O ESTAMOS OUVINDO DE CORPO INTEIRO E ISTO IMPLICA, EM 3 HABILIDADES, CHAMADAS DE A.C.A., QUE DESCREVEREMOS A SEGUIR

a)  
"A" de atender

Atender é estar ligado, atento, conectado. É receber a informação e nos certificar que estamos recebendo exatamente aquilo que o adolescente nos quer transmitir. É perceber também o sentido oculto das palavras, gestos e ações.

b) 
"C" de compreender

É o momento da interpretação do significado da mensagem expressa pelo adolescente. Nem sempre uma determinada palavra tem o mesmo significado para todas as pessoas. Deve ficar claro o que isto significa na linguagem usada pelo adolescente. A compreensão correta se dá se nos colocarmos no seu lugar.

c) 
"A" de avaliar

É quando refletimos sobre o que nos foi informado e a partir da avaliação vamos definir nossa reação frente a uma determinada situação.

 Devemos avaliar, não a partir dos nossos preconceitos, mas a partir do adolescente. Isto não significa concordar sempre com ele, mas respeitar sua opinião, dando a nossa, colocando argumentos prós e contra.
                                                  xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx


BIBLIOGRAFIA

LOPES, Jamiel de Oliveira, Aprendendo a lidar com o adolescente: um manual prático para líderes e professores da Escola Bíblica Dominical, Editora Candela, São Paulo, 1997.
BURKHALTER, Fank E. - Tradução de Lauro Bretones, Junta de Educação Religiosa e Publicações, Rio de Janeiro, 1996.
LAMBDIN, Ina S., A Arte de Ensinar Adolescentes, Editora Junta e Educação Religiosa e Publicações, Rio de Janeiro, 1986.
FORD, Leroy, Ensino Dinâmico e Criativo, Junta de Educação Religiosa e Publicações, 1990.
LACERDA, Catarina Augusta Pasin, LACERDA, Milton Paulo de. Em busca da transcendência. In: Adolescência: Problema, Mito ou Desafio? Petrópolis: Vozes, 1998. P. 113-125.
OUTEIRAL, José º Adolescer: Estudos sobre Adolescência. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.